quarta-feira, 10 de junho de 2009

Manifestantes da USP

São Paulo - Funcionários e estudantes da USP se reunirão às 10h30 desta quarta-feira, 10, para decidir quais ações serão tomadas após o violento conflito entre a Força Tática da Polícia Militar (PM) e manifestantes ocorrido nesta terça-feira, 9, que deixou seis feridos. Uma passeata até a avenida Paulista e o pedido de impeachment da reitora Sueli Vilela são duas possibilidades, segundo afirmou o diretor do Sintusp, Magno de Carvalho.
Magno disse que a reitora Sueli Vilela não teria mais "condição moral" de continuar no cargo após o entrada da PM no câmpus Butantã e que diretores de unidades teriam apoiado o impeachment. Magno relatou que o conflito foi iniciado quando policiais provocaram uma estudante enquanto os manifestantes voltavam do protesto. Os funcionários e estudantes reagiram com palavras de ordem contra à PM, que teria iniciado o ataque com bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Três pessoas foram detidas e, após assinarem termo circunstanciado, liberadas no início da noite de terça-feira.
Os funcionários da USP estão em greve há mais de um mês. Professores e alunos aderiram ao movimento na última sexta-feira, 5. O protesto, que começou de forma pacífica, contava com alunos e funcionários da Unesp e Unicamp e distribuia flores a quem passava pelo local. Por volta das 17 horas o confronto começou.
"Minha filha estuda na escola de Educação, só há crianças e adolescentes lá dentro, como eles podem jogar bombas?", gritava a jornalista e sindicalista Rosana Bullara. "Havia só seis policiais, quando os estudantes gritaram ´fora PM´, porque essa é mesmo uma de nossas reivindicações, e a PM veio com toda a violência", completou ela.
A PM diz ter reagido às provocações dos alunos. "Na volta da manifestação, eles (alunos) provocaram os policiais motociclistas que estão garantindo a circulação. Acuaram os policiais que pediram socorro e a Força Tática teve que socorrê-los", disse o coronel Claudio Miguel Longo, comandante do 4º batalhão da PM. "O que fizemos foi tentar tirar os policiais do meio daqueles vândalos, porque aqueles não são estudantes." A polícia está desde a semana passada na USP ocupando prédios como o da reitoria e deve permanecer para cumprir ordem expedida pela 13ª Vara da Fazenda Pública, de reintegração de posse e resguardo do direito de ir e vir.
Por volta das 19 horas, os alunos subiram em direção à Faculdade de História e Geografia enquanto os policiais se posicionaram em rua próxima. Houve novo confronto, só solucionado com a intermediação de deputados e professores. Após às 20 horas, o reforço policial deixou o câmpus.

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